quarta-feira, 17 de junho de 2015

32


Perto dos 32, me vejo na velha e conhecida montanha russa emocional. Angustiante me deparar com sonhos não concretizados, objetivos não alcançados e planos adiados por conta das más escolhas que fiz ao longo da vida.

O fantasma do "se" me persegue incansavelmente e, de forma implacável, ele puxa meu pé a todo momento em que me sinto frágil, menor.

A culpa, essa jovem que parece não envelhecer jamais, corre feito maratonista para me assombrar e apontar o dedo na minha cara: "não te avisei?".

Minha trajetória até aqui é cheia de altos e baixos, assim como a de muit@s ou a de tod@s. No alto do meu privilégio branco, cis e hétero (?), deveria mais agradecer do que lamentar. Mas esse desabafo não é sobre feminismo. Esse, não. Hoje quero me permitir sentir minha dor. Chorar, quando me mandam engolir. Gritar, quando me mandam calar. Sofrer, quando me mandam sorrir.

Fico nesse paradoxo constante entre querer ser "mulher maravilha" ou ser "apenas" mulher. Um desejo insano de querer passar ilesa aos traumas, às chagas ou aceitar humildemente minha humanidade. Em ter a valentia de vociferar ou a sabedoria de me silenciar. Bater ou equilibrar. Congelar ou amar.

Aos olhos do outro parece uma escolha óbvia e fácil. Peço, encarecidamente, que não diminua minha angústia. Imploro por empatia num sorriso ou abraço sinceros ou um silêncio de quem não sabe o que dizer. Palavras amigas e amor gratuito.


Que nos próximos dias eu sobreviva, sendo "super" ou não, pra poder colocar mais linhas nessa história.









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